domingo, 10 de agosto de 2008

Cantares do Sem Nome e de Partidas - I


Ó tirânico Amor, ó caso vário

Que obrigas um querer que sempre seja
De si contínuo e áspero adversário...

Luís Vaz de Camões

Cubram-lhe o rosto, meus olhos ofuscam-se;
ela morreu jovem.

John Webster


Que este amor não me cegue nem me siga.
E de mim mesma nunca se aperceba.
Que me exclua do estar sendo perseguida
E do tormento
De só por ele me saber estar sendo.
Que o olhar não se perca nas tulipas
Pois formas tão perfeitas de beleza
Vêm do fulgor das trevas.
E o meu Senhor habita o rutilante escuro
De um suposto de heras em alto muro.

Que este amor sí me faça descontente
E farta de fadigas. E de fragilidades tantas
Eu me faça pequena. E diminuta e tenra
Como só soem ser aranhas e formigas.

Que este amor só me veja de partida.


Hilda Hist

2 comentários:

Adair Carvalhais Júnior disse...

Cada dia gostando mais

Bee-a disse...

eu também...
mas agora dei uma arrefecida dela.