sexta-feira, 27 de março de 2009

Medo

Diálogo de Riobaldo e Diadorim (o menino).

Tive medo. Sabe? Tudo foi isso: tive medo! Enxerguei os confins do rio, do outro lado. Longe, longe, com que prazo se ir até lá? Medo e vergonha. [...] Não pensei em nada. Eu tinha o medo imediato. p. 121

"Carece de ter coragem..." – ele me disse. Visse que vinham minhas lágrimas? Doí de responder – "Eu não sei nadar..." O menino sorriu bonito. Afiançou: – “Eu também não sei.” Sereno, sereno. Eu vi o rio. Via os olhos dele, produziam uma luz. – Que é que a gente sente, quando se tem medo?” – ele indagou, mas não estava remoqueando; não pude ter raiva. “Você nunca teve medo?” – foi o que me veio, de dizer . Ele respondeu: – “costumo não...” p. 122

"Carece de ter coragem. Carece de ter muita coragem..." p. 124/125

Guimarães Rosa. Grande sertão: veredas.

2 comentários:

Mariana Botelho disse...

muita coragem.

Cristiane disse...

carece de ter muita, muita coragem e um tanto de fé, para adentrar os sertões. Principalmente o nosso sertão...