quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Nacos de Nuvem





No céu flutuavam trapos
de nuvem - quatro farrapos:

do primeiro ao terceiro - gente;
o quarto - um camelo errante.

A ele, levado pelo instinto,
no caminho junta-se um quinto.

Do seio azul do céu, pé-ante
pé, se desgarra um elefante.

Um sexto salta - parece.
Susto: o grupo desaparece.

E em seu rato agora se estafa
o sol - amarela girafa.


Vladímir Maiakóvski (1917 - 1918)
Tradução de Augusto de Campos

2 comentários:

Adair Carvalhais Júnior disse...

ah. acabei de ler este poema no livro.
Que belo !

Bee-a disse...

belíssimo!
é um dos meus preferidos do maia desde sempre.
=)